Nossa história

HISTÓRICO DO MUNICÍPIO

 

                             Em 26 de dezembro de 1704, Dona Isabel Câmara, o Capitão António Mendonça Machado, o Alferes Pedro de Mendonça Vasconcelos e o senhor António de Carvalho, receberam uma sesmaria de 3 léguas de terras, próximas ao riacho que era chamado pelos nativos de Pucuhy. Daí, acredita-se que as primeiras ações para a colonização ocorreram, entre o final do século XVII e início do século XVIII.

                             No local onde hoje encontra-se a igreja matriz, ficava o curral de gado da fazenda de Lázaro José Estrela. Este havia cavado uma cacimba na confluência dos rios das Várzeas e do Pedro, e, nos períodos de estiagem abastecia os moradores das adjacências. Essa cacimba, era bastante frequentada por uma espécie de pomba, conhecida como Pucuhy, que em suas águas saciavam a sede. Por esta razão, o local passou a ser chamado de Pucuhy. Posteriormente o nome foi mudado para Picuhy - uma palavra composta unindo Pico (da serra da Malacacheta) ao hipsilon (y),  forma da confluência dos dois rios. Na nova ortografia, o nome passou a ser escrito Picuí.

                             As explorações"daí decorrentes, ao que parece, tiveram como saldo apenas a implanta.

Ação de algumas fazendas de gado. Entre 1750 e 1760, novas correntes de povoamento se registraram, com a aquisição de algumas propriedades, que tinham sido instaladas pelos primitivos. O povoamento inicial da região, ocorreu onde hoje se encontra o município de Pedra Lavrada, tendo sido construída a primeira capela em 1760.

                             Em 1856, uma terrível epidemia de cólera-morbo assolou o Estado da paraíba e os moradores do novo povoado, resolveram em promessa, edificar uma nova Capela em louvor a São Sebastião, na esperança e na fé da intervenção do glorioso mártir, para dizimar aquela mal. Conforme a história contada pelos mais antigos, a partir daquela época, não houve mais mortes provocadas pela epidemia. A ideia da promessa, segundo os mais antigos, partiu do conhecido coronel José Ferreira de Macedo. No mesmo ano, foi construída a capela (local onde hoje está edificada a igreja matriz da cidade ) e, em seu redor, nasceu e floresceu a nova povoação, antes denominada de São Sebastião e depois acrescida da palavra Triunfo, em homenagem à vitoria do Brasil na guerra do Paraguai. A capela foi construída em 1857, tendo sido celebrada a primeira missa no dia 03 de setembro, pelo Padre Francisco de Holanda Chacon, vindo da cidade de Areia.

                             O Coronel José Ferreira de Macedo, além da promessa, teve também a iniciativa de construir a Capelinha de São Sebastião, assumindo a administração da obra até a sua conclusão, angariando donativos entre os habitantes do lugar, com grande participação da população nas tarefas de transporte dos materiais até o local da construção. A primeira casa residencial do povoado foi construída por ele, instalando no prédio o primeiro estabelecimento comercial, chamado "a venda grande". Ele ocupou o cargo de fiscal. Com o seu prestigio, conseguiu trazer para o aglomerado o primeiro mestre-escola , o primeiro costureiro de roupas masculinas e o primeiro mestre de música. Dizem até que foi ele quem sugeriu o acréscimo de triunfo ao nome de São Sebastião. Por isso, o Coronel José Ferreira de Macedo, é considerado o autentico fundador de Picuí. São citados também como pioneiros da fundação da vila: António Ferreira de Macedo, António Galdino da Luz, Felipe Neri de Macedo, Manoel Nunes de Macedo, Sebastião José Ferreira e António Garcia do Amaral, entre outros.

Sua elevação a distrito, com a nova denominação de Picuí, data de 1871, pela Lei provincial n° 440 de 18 de dezembro, como integrante do município de Cuité. Em 1888, a Lei Provincial n° 876 de 27 de novembro, deu-lhe a condição de vila. Seu progresso foi muito rápido, e em 1904 a Lei Estadual n° 212 d e29 de outubro, transferia a sede do município de Cuité para a nova vila de Picuí, instalada oficialmente a 24 do mês seguinte. Na divisão administrativa de 1911, o município estava dividido em quatro distrito: a sede, Cuité, Pedra Lavrada e Barra de Santa Rosa. A lei Estadual n° 599 de 18 de março de 1924, deu-lhe foros de cidade, cujo município abrangia também os distritos de Nova Floresta, Cubati e Frei Martinho, além dos já existentes. Em 1936, através da lei n° 99 de 18 de dezembro, foi efetivada a emancipação de Cuité. Com o desmembramento, Barra de Santa Rosa passou a pertencer ao novo município. Em 1959, foram emancipados os distritos de Pedra Lavrada, Nova Floresta e Cubati. O de Frei Martinho foi emancipado dois anos depois.

FILHOS ILUSTRES

 

                             Dentre os picuienses ilustres que trabalharam pelo desenvolvimento do município, na sua história «rente, oode-se destacar: Felipe Tiago Gomes (bacharel, prefeito de Picuí em 1947, fundador da Campanha Nacional de Educandários gratuitos, hoje CNEC, Campanha Nacional de Escolas da Comunidade), Abílio César de Oliveira (escritor), Abílio I lerinque da Costa

(conhecido como "marreta de aço", charadista, vencedor de inúmeros concursos nacionais), Amando Cunha ( expedicionário da FEB), Cónego José de Barros, José Edvaldo de Macedo (médico em São Paulo) e Severino Pereira Gomes (prefeito e suplente de deputado), entre outros.

 

 

LOCALIZAÇÃO

 

                             Picuí se situa-se na mesorregião da Borborema, na microrregião do Seridó oriental Paraibano, com uma área de 788, Km2, ocupando 1,41% da área estadual, a uma altitude de 440m acima do nível do mar, com latitude - S6°30'24" e longitude - W Gr 37°06'42'r Limita-se , ao Norte, com o Estado do Rio Grande do Norte; ao Sul com o município de Nova Palmeira; ao Leste, com os municípios de Nova Floresta e Cuité; e ao Oeste, com o município de Frei Martinho e do Rio Grande do Norte.

 

CLIMA

 

                             Possui um clima megatérico e semi-árido. Segundo a classificação bioclimática de Gaussen, o município está enquadrado no tipo climático '2b'- Subdsético Quente de Caráter Tropical-Equatorial. O índice xerotérmico varia d e200 a 300 e a estação seca, de 9 a 11 meses. Entretanto, em pequenos trechos ocorrem ainda os seguintes climas: '4aTh'-Termomediterrâneo médio (mediterrâneo quente ou nordestino de seca média), que apresenta estação seca média de 5 a 7 meses e índice xerotérmico variando de 100 a 150 (BRASIL, 1972). Sob a influência da baixa latitude e da altitude do lugar, a temperatura média anual é em tomo de 26° C, com pequena amplitude térmica anual de 4°C; apresentando também uma evaporação média anual de 1.400mm e uma deficiência hídrica média anual de 900mm (FIPLAN, 1980). O verão é brando com média das máximas entre 28° C e mínima entre 30°C e máxima absolutas em torno de 34°C. O inverno é ameno, com média das mínimas de 18°C e 20°C e mínima absoluta em tomo de 14°C. A precipitação pluviométrica média anual é de 366mm, sendo mal distribuída ao longo do ano. Essas chuvas são irregulares, com anos mais chuvosos (400mm a 600mm) e anos em que a preciptação é baixa de lOOmm. O período de janeiro a maio caracteriza-sê como o de maior precipitação pluviométrica, com uma média mensal de 61 min. O período de agosto a dezembro corresponde ao de menor precipitação pluviométrico, com média mensal abaixo de 4mm (EMATER, PICUÍ -1995)

 

 

 

 

 

 

RELEVO E HIDROGRAFIA

 

 

                             Os acidentes geográficos mais importantes são: as serras Coruja, Vermelha. Do forte, Umburanas, Dos Brandões, Do Cuité, Quebrada, Dos picotes, Ponteiros e Garganta dos patos; e os morros Do Chapéu e Do Juadar, além do pico da Malacacheta. Sua bacia hidrográfica é formada pelos rios Picuí e Várzea; pelos riachos Tanques, Limeira, Cachoeira, Panelas, De Conceição, Carrapateira, Quixaba, Provedor, Malhada de Dentro e Damião; pelas lagoas Mato Grosso, junco, Serrada, Do Canto, Caboclo e Deserto. Os açudes: Várzea Grande, Caraibeíra, Cauassú, Cavalo Morto, Carrapato, Casa de Pedra, Raposa, Cabeça de boi e malhada Vermelha. A maioria dos açudes são de pequeno porte e não se encontram com sua capacidade total preenchida por causa da escassez de chuvas.

O município ainda dispõe de cerca de 51 poços perfurados. Segundo o IDEME, para que houvesse uma melhor distribuição de águas, para a população rural, seria necessário construir outros açudes de médio porte nas comunidades: Serra dos Bradões , Serra do Narciso, Feijão, Gravata, Fortuna, Vertentes e lajedo Grande, bem como a construção de novos poços artesianos.

Poucos produtores praticam a irrigação no município. Não só pela dificuldade de água, como também pelo alto custo dessa tecnologia. As áreas localizadas às margens dos rios e açudes citados, são propícios à irrigação de capineiras, hortaliças, fruteiras etc.

                             A água dos açudes e poços amazonas, de um modo geral, são de boa qualidade para irrigação e consumo humano, enquanto que as águas de poços artesianos se prestam apenas para o consumo animal e doméstico, devido ao alto teor de siilinidade encontrado.

Atualmente, pratica-se a irrigação no município apenas para a cultura do tomate na região do Seridó, do maracujá, no micro-clima da serra do Cuité e algumas poucas capineiras.

 

 

FAUNA E FLORA

 

 

Segundo a publicação BRASIL ( 1972 ), no município predomina a caatinga hiperxerófíla arbustiva aberta. Essa vegetação apresenta-se com predomínio de porte arbustivo, com densidade variável e na maioria das vezes com substrato rico em cactáceas e bromeliáceas. É uma caatinga aberta, com arbustos esparsos (porte em 1,0 metro) ou formando moitas, com predominância de pereiro, catingueira e pinhão, intercalados por substrato graminoso ralo, dominado por capim panasco. Também destacam-se, como caraterísticas na área, as seguintes espécies vegetais: imburana-de-cambão e de cheiro, angico, baraúna, barriguda, catingueira, mofumbo, faveleiro, pinhão-branco, quixabeira, xique-xique, palmatória braba, macambira, jurema, marmeleiro e caroá. No reino animal, destacam-se poucos exemplares de tatus, gatos maracajás e taçianduás, além de pequenos pássaros tais como: rolinha, nambu, galo de campina , sabiá, azulão, concriz, craúna, golinha, papa capim, tico-tico, carcará, gavião, asa-branca, jaçanã, entre outros.

 

 

 

 

SOLOS

 

A superfície do município é constituída de diversas associações de solos, a saber:

 

l - Solos poucos desenvolvidos (não hidromórficos)

a)  Solos Litólicos Eutrófícos com A fraco, textura arenosa, como também média fase pedregosa e rochosa, caatinga hiperxerófíla, relevo variando de suave a ondulado, forte ondulado e montanhoso, substratos biotita-xisto,' quatzito e afloramento de rochas. Esses tipos de solos, constituem mais de 80% do município. São cultivados em aproximadamente 30% da área com milho e feijão ( antigamente o algodão era muito cultivado); o restante d área está sendo utilizado ou pela pecuária extensiva ou encontra-se coberto pela vegetação natural.

 

b)  Regossol Eutrófico com fragipan caatinga hipoxerófíla, relevo suave ondulado  e  solos Litóficos Eutrófícos com A fraco, textura arenosa e/ou média fase pedregosa e rochosa, caatinga hipoxerófila, relevo ondulado, substrato ganisse e granito. São solos moderadamente ácidos no horizonte superficial, passando a ácido nas partes mais profundas dos perfis, excessivamente drenados, muito susceptíveis à erosão, que pode ser laminar moderada ou mais raramente em sulcos, dependendo do maior ou menor grau de utilização agrícola. Quando resolvidos, estes solos tomam-se extremamente susceptíveis à erosão, mesmo nas áreas com pequena declividade. Ainda assim, são cultivados com milho, feijão, mandioca e sisal.

No caso de mecanização, recomenda-se o uso de implementos mais leves. Podem também ser utilizados para

pastagem. Em geral, necessitam de adubação com nitrogénio e fósforo.

 

2- Solos com Horizontes B Latossólico (não hidromórfícos), vermelho eutrófíco, textura argilosa fase floresta subcaducifólia, relevo plano. Ocorrem na serra do Cuité, com altitudes entre 600m e 650m, em relevo plano, não apresentam pedregosidade e têm boas condições físicas, podendo ser cultivados com os mais cariados tipos de máquinas agrícolas, em sistema de manejo desenvolvido. O sisal existente, apresenta alta produtividade, possivelmente beneficiado pelo clima de altitude da serra. As longas estiagens, podem prejudicar o desenvolvimento de algumas culturas de ciclo longo, como a citricultura. A vegetação primitiva, encontra-se praticamente devastada, com cultivo de sisal, fruteiras, milho e mandioca.

 

3 -- Solos com Horizontes B Textura e argila de atividade alta ( mão hidromórfico). Associação de Bruno não calcário vértice, fase pedregosa, caatinga hiperxerófila, relevo ondulado e solos Litólicos Eutróficos com A fraco textura arenosa e/ou média fase pedregosa e rochosa caatinga hiperxerófila, relevo ondulado, substrato ganisse e granito.

PROCESSO DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL

 

O desmatamento da sua caatinga nativa, para a venda de lenha às olarias e panificadoras locais e outras .localidades dos estados, contribui seguramente para acelerar o processo de desertificação da microrregião do Seridó Paraibano e o assoreamento de rios. e mananciais existentes.

Apesar das constantes informações dos técnicos da EMATER, através de reuniões visitas, programas de rádio, pouquíssimos produtores se preocupam em realizar um efetivo trabalho para a conservação do solo. Entretanto, o uso de íigiotóxicos no município não traz nenhum problema de ordem ambiental, até porque são poucos os agricultores que os usam e, quando o fazem, sempre procuram a EMATER para a devida orientação.